Removendo o engano

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Eu tive o grande privilégio de nascer num lar genuinamente cristão. O meu primeiro presente foi uma Bíblia. Desde cedo fui ensinado, tanto em casa como na igreja, a seguir os princípios da Palavra, e eu decidi segui-los. Não cresci me achando santo ou perfeito, mas me afastei de tudo o que, aos meus olhos, eu considerava ofensivo a Deus. Nunca fiquei embriagado ou drogado, nunca traí ninguém, nem em amizades ou namoro, nunca roubei, e sempre fugi da prostituição. Eu me considerava alguém separado para Deus, mas, cada vez que eu lia esta passagem bíblica, eu entrava num conflito interior.

Por muitas vezes o Diabo sugeriu que eu jamais entenderia o amor e o perdão de Deus sem pecar. Eu me flagrava pensando que eu nunca amaria ao Senhor como os “ex-malucos” que víamos se convertendo. De fato eu tenho visto muitos que saíram do mais profundo abismo de drogas, alcoolismo, prostituição, magia, e de tudo o que degrada o ser humano. Eles, como Jesus disse, carregam uma profunda consciência do perdão de Deus e caminham na consciência da dívida de gratidão que possuem para com Ele.

Contudo, o Maligno me levava a pensar que, semelhantemente a Simão, que foi criado segundo a verdade da Palavra de Deus e a seguiu, eu nunca valorizaria a obra de Cristo em minha vida! É evidente que, com tais pensamentos, Satanás não queria me ensinar a amar mais profundamente a Deus. Eu sabia que o que ele de fato queria era desviar-me do Senhor, e eu nunca lhe dei ouvidos, mas eu não conseguia ter o entendimento do ensino de Jesus. Enganado, passei a considerar que o que antes me parecia ser um privilégio poderia ser um impedimento para que eu pudesse verdadeiramente amar ao Senhor. Mais tarde, descobri que este dilema não era somente meu. Até hoje, quando ensino sobre isto, muitos crentes que nasceram e cresceram no Evangelho me confidenciam que tinham o mesmo questionamento.

Satanás tenta promover o engano por meio da distorção dos princípios bíblicos. Vemos isto claramente na tentação de Jesus no deserto. O Inimigo tentou distorcer a aplicação do Salmo 91, no que dizia respeito à proteção dos anjos. Eu lutei contra estas setas de engano no que diz respeito à afirmação de Jesus de que quem muito é perdoado muito ama. Eu sabia que a Palavra de Deus é perfeita e nunca erra. Eu sabia também que eu não poderia desviar-me. Assim sendo, comecei a achar que este princípio era um pouco injusto, pois, na limitação do meu entendimento, eu achava que eu estava sendo impedido de amar profundamente ao Senhor e que Ele havia privilegiado os rebeldes e desobedientes, ao invés dos que tentam honrá-Lo por meio da obediência! Um dia, finalmente, Deus me respondeu e removeu o engano que oprimia o meu coração!

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