“E Pedro e João subiam juntos ao templo à hora da oração, a nona. E era trazido um homem que desde o ventre de sua mãe era coxo, o qual todos os dias punham à porta do templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam. O qual, vendo a Pedro e a João que iam entrando no templo, pediu que lhe dessem uma esmola. E Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse: Olha para nós. E olhou para eles, esperando receber deles alguma coisa. E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda” (Atos 3.1-6).
Nos dias atuais, o verdadeiro papel da Igreja tem se confundido com tarefas que de fato não pertencem a ela. De fato, essa confusão tem tirado o foco daquilo pelo qual realmente deve representar a Igreja na Terra. Essa distorção abrange tanto como o mundo a enxerga e também como a Igreja mesmo se vê.
A própria Igreja tem se perdido na percepção da sua real função. Alguns têm colocado como prioridade dela as atividades filantrópicas; outros, como força política; varinha mágica para a prosperidade financeira; apenas mais uma religião como desencargo de consciência; grupo social (clube). A Igreja é muito mais que isso.
“Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus…” (Efésios 3.10).
A Igreja é o principal agente de Deus na Terra para a execução do seu plano de estabelecimento do seu Reino. Ela é um organismo espiritual porque o evangelho é um plano essencialmente espiritual do Senhor para a humanidade.
“A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo…” (Efésios 3.8).
Nesse texto de Atos capítulo 3 está relatado um milagre, realizado pelos apóstolos, que demonstra bem o modo como o mundo atualmente vê a Igreja e a postura que a mesma deve ter diante do mundo.
- Os problemas do mundo são crônicos, por isso somente uma intervenção divina poderá causar uma verdadeira transformação.
“E era trazido um homem que desde o ventre de sua mãe era coxo…” (v.2)
- O mundo tem uma visão reduzida daquilo que a Igreja pode lhe oferecer.
O mendigo queria apenas uma esmola dos apóstolos, mas não sabia que com eles estava a solução para a sua vida (v.3).
- A Igreja também deve olhar para o mundo com profundidade.
“E Pedro, com João, fitando os olhos nele…” (v.4)
Assim como o mundo olha superficialmente para Igreja, da mesma forma a igreja tem olhado o mundo. Devemos ver diferente assim como Jesus.
Os discípulos estavam acostumados a encontrar aquele homem todas as vezes que entravam no templo, entretanto, desta vez foi diferente, pois olharam com misericórdia, e é dessa maneira como a Igreja deve enxergar o mundo.
- A Igreja deve se mostrar para o mundo.
“…disse: Olha para nós” (v.4).
“Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte” (Mateus 5.14).
A Igreja só pode declarar isso se tiver algo de valor para oferecer. O mendigo já tinha visto os apóstolos anteriormente, mas agora os homens de Deus pedem para que ele olhe diferente. Não como à espera de uma esmola, mas como aqueles que lhe ofereceriam algo que transformaria sua vida totalmente.
- A Igreja é a solução para o caos da humanidade.
“E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda” (v.6).
A esmola não resolveria a vida daquele homem carente; uma cesta básica ajudaria, mas não duraria mais que alguns dias; uma cadeira de rodas seria uma boa contribuição, mas não solucionaria.
Os apóstolos ofereceram muito mais que prata e ouro, mas uma solução duradoura e transformadora. Eles tinham um milagre de Deus em suas mãos: a cura do coxo seria a sua libertação da mendigaria.
Esse é o evangelho: o poder de Deus para a salvação daquele que crê (Romanos 1.16). Salvação em todas as esferas da vida.
Cada crente, cada líder, cada célula, cada Igreja deve ter a percepção do seu papel no mundo. Estamos aqui para ser a solução, a resposta de Deus. Nós temos a libertação do alcoólatra, do drogado, da prostituta, do ladrão, do depressivo, do suicida. Na Igreja, as famílias são restauradas, as pessoas encontram uma nova expectativa de vida.
Não podemos nos distrair com outras coisas, devemos somente fazer aquilo para o qual fomos designados.
“IDE FAZEI DISCÍPULOS POR TODAS AS NAÇÕES”.