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O biscoito do arrependimento

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Conta-se de um evangelista que se deparou com um sujeito que veementemente negava ser um pecador.

Ele escapulia de todas as tentativas do homem de Deus de fazê-lo refletir de seus erros.

– Eu sou um bom pai, um bom marido, um bom vizinho, um bom cidadão. Sou honesto e trabalhador. Cumpro minhas obrigações. Não tenho do que me arrepender!

Em dado momento da conversa, o Espírito Santo sussurrou no ouvido do evangelista:  

– Pergunte para ele sobre o biscoito.

Assustado, em pensamento, o crente questionou o Espírito Santo:

– Biscoito? Que é isso, meu Senhor?

E a voz do Espírito repetiu-se:  

– Obedeça-me. Pergunte-lhe sobre o biscoito.

– Então, você não tem mesmo nenhum pecado?

– Não, sou um homem correto. Não tenho do que me arrepender!

– Bem, Deus manda-me fazer-lhe uma perguntar esquisita, eu não sei o que é, mas creio que você deve saber. O Espírito Santo de Deus pergunta: “E o biscoito?”

Uma facada no estômago não teria lhe causado dor maior. O homem se contraiu todo, lágrimas abundantes correram por seu rosto e ele começou a soluçar:

– Bis-coito, que bis-coito?

E o evangelista repetiu a pergunta. E o homem levou outro choque, ainda maior. E soluçava mais ainda:

– Que bis-coi-to? Que bis-coi-to?

Depois que conseguiu se acalmar, contou para o evangelista que quando ele era criança sua família era muito pobre e sua mãe mantinha os biscoitos à chave, pois a provisão devia durar um mês inteiro. Mas ele sabia onde a mãe escondia a chave e a pegava escondido, comia os biscoito e tornava a colocá-la no lugar.

Um dia, desconfiada, sua mãe reuniu os filhos e “apertou-os”, tentando descobrir o que estava acontecendo. Seus irmãos juraram para ela, às lagrimas, que não tinham nada a ver com isso. E ele não só negava ter sido o autor do roubo como ainda acusava seus irmãos e os xingava de falsos e fingidos.

Anos depois, sua mãe veio a falecer e ele nunca teve coragem de confessar o seu pecado. Até aquele dia.

Autor desconhecido

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