É muito comum a procura por uma “receita” que faça o trabalho de células “dar certo”.
Na verdade, não existe uma “receita”. Pesquisando diversas Igrejas em células, nota-se uma diversidade enorme de estratégias que estão funcionando e “dando certo”. No entanto, também é uma grande verdade que certa estratégia que está “funcionando” em uma Igreja, pode não “funcionar” em outra.
O que pôde se observar na maioria dos casos em que o trabalho de célula “deu certo”, este resultado positivo se deu porque o trabalho foi baseado em três dicas bem simples:
1. Não pare de ensinar
A perseverança em ensinar faz toda a diferença. Sim, parece fácil e óbvio. No entanto, o que acontece muito é o líder desanimar e parar de ensinar, de comunicar a estratégia, porque parece que o grupo não está ouvindo, não está entendendo ou não está dando a devida importância.
Isso é assim mesmo! Às vezes, parece que o líder fala, fala, fala e fala, as mesmas coisas, e o povo parece não estar aprendendo nada… Você já se sentiu assim?
Pois é… acontece que, apesar de não parecer, as pessoas estão, sim, de alguma maneira, absorvendo o que você está ensinando, ainda que não esteja aparecendo.
Por isso, o líder precisa perseverar no ensino e continuar a comunicar a estratégia e a visão.
2. Não “forçar” ninguém a nada
Forçar alguém a fazer qualquer coisa não dá certo!
Mais uma vez, apesar de parecer óbvio, veja o exemplo de uma célula que está “dando certo” e está crescendo em número. Em um cenário como este, é muito comum o líder “colocar” alguém para liderar a célula para que a multiplicação aconteça. Por vezes, são pessoas que estão envolvidas, alegres, felizes com o grupo, contudo, não querem liderar uma célula.
O que acaba acontecendo na maioria dos casos é que, devido à pressão do líder, esse membro acaba aceitando a liderança, ainda que sem querer. E, lá na frente, dali a algum tempo, esta célula trará algum tipo de problema para que se resolva junto aos supervisores.
Talvez você possa estar se perguntando como a célula multiplicará se não houver o convite por parte do líder. Porém, é preciso deixar claro que existe uma diferença muito grande entre motivar e influenciar de cobrar, pressionar ou obrigar.
Quando você está motivando ou influenciando alguém para liderar, você está fazendo um convite gentil e respeitoso para que ela aceite não o seu convite, mas o chamado de Deus para a vida dela. É algo singelo onde, dia a dia, o convite irá gerando sonhos até que Deus alcance o coração da pessoa e ela aceite o chamado de liderança para o qual Ele a chamou.
Outra coisa que não pode ser “forçada” é o discipulado. A frase “todo mundo discipulado” não quer dizer que todo mundo TEM que ser discipulado. A frase determina uma visão pelo qual a Igreja tem orado.
O discipulado é algo extremamente poderoso. Traz benefícios para todos. A Igreja pode e deve motivar e influenciar através de testemunhos e etc., mas não deve obrigar ninguém a ser discipulado, até porque, para que o discipulado funcione, o discípulo precisa querer ser ensinado, caso contrário, ele fechará o seu coração e as reuniões de discipulado não terão vida e nem resultado.
3. Não focar na multiplicação
É fato que a célula nasce para multiplicar. Entretanto, se o foco do líder for a multiplicação, não só ele, mas o grupo como um todo, será levado a intentar multiplicar a célula sem perceber que não se tem um líder pronto para assumi-la.
Quando um líder que não está pronto assume uma célula é porque ele passou pelo processo de treinamento de forma inadequada e assumiu de forma prematura a liderança. Por não ter passado pelo processo no tempo e da forma correta, ele não terá a “maturidade” necessária para as adversidades que uma liderança traz.
Por isso, o foco de todo líder precisa ser em formar outros líderes para que possa multiplicar as células e não na multiplicação, efetivamente.
Com base nestas três dicas práticas, o líder pode ter a certeza de que já tem “meio caminho andado” para que o trabalho com a sua célula “dê certo”.