O perigo do reconhecimento

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É preciso ter humildade na obra de Deus e, de fato, o verdadeiro líder é realmente um servo. Entretanto, é inevitável que quando Deus começa a usar um instrumento humano, algumas pessoas começarão a se impressionar e, pelo menos em suas próprias mentes, o elevarão a algum tipo de posição.

Quando a verdadeira autoridade espiritual é expressa, frequentemente resulta na obtenção de um tipo de autoridade a seus líderes. Isso coloca o servo de Deus em uma posição perigosa. Uma vez que homens, mesmo que somente em suas próprias mentes, colocaram tal pessoa nesta situação, é uma tentação constante a de usar esta autoridade terrena. Em vez de continuar a confiar em Deus, torna-se possível para o servo de Deus recorrer a táticas humanas. Quando se levantam situações adversas, torna-se fácil tomar suas próprias decisões e tomar negócios em suas próprias mãos. De modo interessante, quanto mais o vaso é usado por Deus, maior se torna o perigo.

A história de Moisés se torna um exemplo para nós. Ele foi um homem que se tornou um canal para a autoridade de Deus de uma maneira notável. Ele provou ser quase completamente obediente em seu ministério. Mas, uma vez, apenas uma vez, ele perdeu seu controle e escolheu usar sua própria autoridade para satisfazer às necessidades do povo. Em vez de, obedientemente, falar à rocha como Jeová o tinha instruído, Moisés iradamente bateu na rocha com seu cajado. Deus o honrou em sua posição e derramou água da rocha (Números 20.11).

Entretanto, este ato muito custou a Moisés. Através deste único uso da autoridade humana, natural, sua entrada na Terra de Canaã lhe foi negada. Este acontecimento demonstra claramente como Deus considera importante a distinção entre estes dois tipos de autoridade.

Todos os servos de Deus deveriam colocar isso no coração. Quando Deus os usa e eles são elevados aos olhos do povo, devem ser cuidadosos para manifestar apenas a autoridade do Espírito Santo que flui através deles. Qualquer autoridade natural ou posicional é desqualificada, mesmo que pareça estar conseguindo atingir os objetivos desejados. Mesmo que a vontade de Deus pareça bem clara para os líderes.

Qualquer uso da autoridade natural (cargo, dom, ministério) à natureza carnal, não produzirá resultados espirituais. De fato, não pode. A Escritura diz: “Aquilo que é torto não se pode endireitar” (Eclesiastes 1.15). Nada que comece na esfera terrena pode produzir fruto espiritual.

Este é, então, o modo de Deus. O homem ou a mulher que deseja agradar a Deus deve se tornar um servo.  Devemos nos humilhar diante do Senhor e dos nossos irmãos em Cristo, em vez de agir à maneira do mundo.  Ao invés de procurar a exaltação aos olhos dos homens para podermos controlá-los e desse modo “ajudá-los” nos caminhos de Deus, devemos escolher sermos modestos. Desta forma, apenas aqueles que estão realmente querendo ouvir a voz de Deus irão ouvi-Lo falar através de nós e serão obedientes.

Esse foi exatamente o modo como Nosso Senhor Jesus Cristo viveu enquanto esteve na Terra. Não apenas Ele tinha o direito e a autoridade para exigir obediência, mas Ele tinha o poder para forçar as coisas a andar ao seu modo. Não obstante, em vez de usar este poder, nós lemos: “Quem, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus, antes a Si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens, e, reconhecido em figura humana, a Si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Filipenses 2.5-8). Esse é o caminho. Ele é uma Pessoa Maravilhosa. Que nós possamos penetrar na completa experiência de Sua realidade.

Extraído do livro “Autoridade espiritual & submissão”. Para conhecer mais esse título, acesse www.semda.emp.br

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