A que Reino você pertence?

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“Porque fostes comprados por preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo” (I Coríntios 6.20).

Guilherme II, imperador alemão, viajando certa ocasião em visita a uma das mais afastadas províncias dos seus domínios, achou por bem interromper a viagem por algumas horas e visitar os alunos de uma pequena escola instalada à beira da estrada, na zona rural. Os alunos o receberam com emoção, respeito e acatamento. No meio de tanto entusiasmo e espontaneidade, até um discurso surgiu de improviso para saudar tão ilustre visitante. O imperador estava surpreso e feliz.

Observando que toda a classe era viva, inteligente e desinibida, sentiu-se muito à vontade no meio dos alunos. Depois de ouvi-los cantar, declamar, discursar, desejou divertir-se também um pouco com as crianças. Assim, incumbiu o seu secretário de apanhar uma laranja no meio da bagagem. Segurando-a numa das mãos, ele perguntou ao grupo:

— Qual de vocês seria capaz de me responder a que reino pertence esta fruta que tenho na mão?

— Ao reino vegetal — acudiu imediatamente uma garota risonha, de olhos brilhantes e muito comunicativa.

— Surpreendente! – exclamou o visitante – Bem, já que você respondeu com tanta precisão à pergunta que fiz, vou fazer-lhe uma vantajosa proposta: tenho ainda mais duas perguntas, que desejo também respostas corretas e imediatas. Se me responder com exatidão, sem hesitar, dou-lhe uma medalha como prêmio. Aceita o desafio?

— Aceito, sim senhor — respondeu a garota, prontamente.

Então, metendo a mão no bolso da sua farda, tirou uma moeda e mostrando-a, indagou:

— E esta moeda, pertence a que reino? É capaz de responder?

— Ao reino mineral — disse a menina.

— E eu, a que reino pertenço? — continuou Guilherme II.

Houve um rápido momento de silêncio. Os colegas se entreolharam e a garota perdeu o sorriso alegre. Ficou séria e constrangida. É que a pequena teve medo de ofender o imperador, dizendo-lhe pertencer ao reino animal… Puxa! – pensou ela. Mas perder a medalha é que não me agrada nem um pouco. Então, de repente, uma resposta lhe veio à mente e o bonito sorriso iluminou seu rostinho. E ela, vitoriosa, respondeu:

— O senhor pertence ao reino de Deus!

Professora, colegas e toda a comitiva que acompanhava o imperador não sabiam que admirar mais: se a engenhosa e verdadeira resposta cristã que a menina deu, ou se a nobre atitude do Kaiser que, entregando o prêmio com voz embargada, acrescentou profundamente emocionado:

— Que seja eu digno desse reino, minha filha!

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