O Brasil esteve no centro do mundo, quando as Olimpíadas do Rio 2016 tiveram sua espetacular abertura às 20h de ontem, cujo evento foi visto por cerca de três bilhões de pessoas em todo o mundo. Em 19 dias de competição, 11.402 atletas de mais de 200 países disputarão 2.102 medalhas (entre ouro, prata e bronze) em 42 modalidades olímpicas. Nem mesmo o barão Pierre de Coubertin, que trouxe à comunidade esportiva internacional a ideia de ressuscitar os Jogos Olímpicos, em 1892, podia sonhar com números tão grandiloquentes.
Foi o barão Pierre de Coubertin quem cunhou a conhecida máxima esportiva: “O importante não é vencer, é competir”. Mas, paradoxalmente, não é isso que os jogos olímpicos ensinam; nem mesmo a vida. Vencer não só é importante, é fundamental. Principalmente na vida. A vida aspira sempre ao pódio; e não fazê-lo é uma contradição, daquelas em que a própria vida não perdoa.
Enquanto em uma Olimpíada vencer e ganhar medalhas de ouro, prata e bronze é uma façanha para poucos – e tudo que os perdedores poderão fazer é se consolar em dizer que se esforçaram e competiram – na vida ninguém se dará por satisfeito por ter apenas lutado. Isto porque vencer é uma lei fundamental da vida. Não necessariamente vencer os outros, mas principalmente a si mesmo. Dar o máximo de si, nada menos que isso, suplantar suas debilidades pessoais e subir no pódio da vida. Do contrário, se alguém se preocupar somente em suplantar os outros, gastará suas energias em vão e, infelizmente, perderá o foco.
As qualidades das pessoas destinadas ao pódio da vida não podem ser medidas e estereotipadas; elas são, principalmente, qualitativas; pertencem à tessitura interior, são forjadas no ardente forno da vida. Há, portanto, alguns passos que pavimentam o caminho de uma pessoa vencedora. Uma vez seguidos, funcionam como um mapa psicológico a mostrar o caminho da vitória. Quer vencer na vida? Atente para os seguintes conselhos:
Tenha um sonho consistente. Algumas pessoas têm apenas fantasias, não sonhos. Há uma diferença conceitual básica entre sonho e fantasia. Quando alguém sonha, parte para a ação correspondente, caminha em direção à meta proposta, pois só consegue enxergar e viver a vida por esse prisma. Fantasia é apenas a imaginação fértil e solta, que para nesse ponto, não avança.
Fixe uma meta. Isso significa manter-se no caminho a despeito das situações adversas. Paulo assim descreveu como encarava a sua luta pessoal para conquistar o pódio no reino de Deus: “Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar”. E também: “Prossigo para o alvo, para o prêmio…” (I Coríntios 9.26; Filipenses 3.14). Assim, todo atleta deve ter uma meta definida: o pódio! Do contrário, cumprir-se-á a máxima: “Quem não sabe para onde vai, qualquer caminho leva, e não chega nunca!”
Aproveite cada oportunidade. Um provérbio chinês diz: “Há três coisas na vida que não voltam atrás: a flecha lançada, a palavra dita e a oportunidade perdida”. A oportunidade é definida como um corredor careca com um tufo de cabelo na parte de trás da cabeça, passando a 200 Km por hora. É preciso pegar a oportunidade no momento em que passa, ou jamais se conseguirá. Assim é na vida.
Pratique a disciplina. Paulo escreveu referindo-se aos jogos romanos de seu tempo: “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. Todo atleta em tudo se domina” (I Coríntios 9.24,25). A verdade implícita é que se alguém quer ser um vencedor e subir no pódio da vida, não poderá dispensar uma rígida disciplina nem o domínio próprio que caracterizam os atletas.
Seja perseverante. No final da vida, Paulo se via como um “judoca” e “maratonista” de Cristo. Ele dizia: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé” (II Timóteo 4.7). Igualmente, a vida cristã é semelhante, em princípio, a um atleta que é observado por uma multidão de torcedores no estádio, como está escrito: “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas… corramos com perseverança a carreira que nos está proposta” (Hebreus 12.1). Não adianta um atleta correr e vir a desistir antes de cruzar a linha de chegada. Na vida, também, não devemos desistir jamais; temos de continuar e vencer.
Lute segundo as suas regras. Pensar que “os fins justificam os meios” e fazer “o diabo” para burlar as regras e se sagrar vitorioso a qualquer custo é o doping da alma. Tal é a característica de quem apenas se acostumou a “levar vantagem”. Veja o exemplo dos atletas russos, muitos dos quais banidos das Olimpíadas. Paulo, ao contrário, afirmava que “nenhum atleta é coroado, se não lutar segundo as normas” (2Tm 2.5). No esporte, esta característica é conhecida como “fair play”, ou jogar limpo. Ademais, isso produz o salutar conforto de descansar a cabeça no travesseiro com a consciência limpa e tranquila.
Finalmente, lembre-se de que a distância que separa o vencedor do perdedor é mínima. Numa corrida de cavalos, a vitória pode ser por “uma cabeça”. Nos 100 metros rasos, assim como na natação, décimos de segundos, e assim por diante. Por isso, o importante é dar tudo de si e fazer o máximo possível, não apenas o mínimo necessário.
Desse modo, mesmo que as batalhas da vida sejam difíceis, continue lutando, mantenha o foco, a despeito de qualquer obstáculo. Deus nos criou para sermos vencedores, nada menos. Jesus promete recompensa aos vencedores (Apocalipse 2.7,17). Entregue o seu caminho ao Senhor, siga esses conselhos, prossiga para o alvo, sabendo o que lhe espera: o pódio da vida!