O Brasil vivendo durante este mês de agosto um momento histórico: pela primeira vez está sediando as Olimpíadas, o maior evento esportivo do mundo. E na Bíblia há muitas menções às práticas esportivas.
O apóstolo Paulo e o autor do livro de Hebreus, por exemplo, eram apreciadores do esporte. Para contextualizar, é sabido que na Grécia antiga, berço dos Jogos Olímpicos, atletas de todas as tribos, raças e nações já corriam em busca de uma coroa de louros e de um lugar ao sol. A moda de atletas crendo e creditando suas vitórias a algum ser extraterreno também não é nova. Havia um enorme e variado cardápio de deuses pagãos para os atletas representarem nas arenas. Era a famosa constelação dos Deuses do Olimpo.
Vencer a Olimpíada era tarefa tão importante e tão difícil que requeria o esforço conjunto de mortais e “imortais”. Daí a necessidade de se aliar a fé com a transpiração de cada atleta para encarar o desafio do Olimpo. De lá para cá, muita coisa mudou, menos o espírito da coisa: a vontade de vencer.
A Olimpíada da vida
Mesmo que você não tenha a mínima vocação esportiva, você está envolvido em uma grande maratona, quer queira ou não… A vida é uma corrida. Dada a largada, passamos a correr pelas pistas da vida. Esta é uma corrida dificílima porque nem sabemos se a próxima curva será para a direita ou para a esquerda.
A maratona da vida é uma guerra! Nela enfrentamos adversários, montanhas de obstáculos, tragédias, trairagens, descaminhos e até a fúria dos Gaviões da Infiel, a torcida do contra. Tudo isso coordenado pela maquiavélica mente do supertraíra em sua obsessão de matar, roubar e destruir-nos.
Mais perdido do que cego no meio do tiroteio, todo ser humano precisa de ajuda do alto para disputar a sua corrida. Nossa sorte é que não estamos sós, como relata o autor de Hebreus: ” Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta,tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus” (Hebreus 12.1,2).
Ao colocar seu time em campo, Deus nos equipou e continua fazendo sua parte: Ele entra com a vida, a pista, a meta de chegada, o prêmio, o atleta padrão que é Jesus Cristo, e a vitória que Ele já conquistou para nós no lance da cruz.
De Londres ao Rio de Janeiro
Há mil e novecentos e poucos anos atrás, o nível das competições em Atenas já era tão acirrado que impressionou a um espectador chamado Paulo de Tarso. Sob o impacto das Olimpíadas de sua época ele escreveu: “Vocês não sabem que dentre todos os que correm no estádio, apenas um ganha o prêmio? Corram de tal modo que alcancem o prêmio. Todos os que competem nos jogos se submetem a um treinamento rigoroso, para obter uma coroa que logo perece; mas nós o fazemos para ganhar uma coroa que dura para sempre. Sendo assim, não corro como quem corre sem alvo, e não luto como quem esmurra o ar. Mas esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado”(I Coríntios 9.24-27).
É tempo de Olimpíadas, é tempo de acordarmos do encanto do brilho deste mundo, do sono monstro da indiferença e da letargia da teologia do conforto. É tempo de irmos à luta com o mesmo empenho e dedicação dos atletas olímpicos. Eles, para conquistarem na Rio 2016 uma medalha de ouro; nós, para recebermos das mãos de Jesus Cristo uma recompensa celestial que nunca perecerá: a coroa da vida.