Porque uma Pregação Bíblica Fracassa

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Surpreendido pelo título acima? Então, deixe-me explicar.
Um dos princípios básicos da comunicação é que, para haver comunicação entre duas pessoas, precisa haver um canal comum, compreensível, entre ambos.
Então, o simples fato de uma delas jorrar uma torrente de palavras sobre a outra, não significa comunicação, se a outra parte não compreender o que a primeira está falando.

Portanto, uma pregação verdadeiramente bíblica, ou seja, baseada inteiramente na Palavra de Deus, se for realizada em uma linguagem desconhecida para o auditório, ela fracassará, pois os ouvintes não poderão aplicar em suas vidas as verdades que estão sendo verbalizadas pelo pregador.

Percebe o que quis dizer no título deste artigo? Então, estarei expondo 4 pontos de falha em uma pregação, que devemos evitar a todo custo, para não falharmos como pregadores.

A pregação não se identifica com aqueles que a ouvem

Ela não fala à razão e às emoções dos ouvintes, porque não se relaciona com o ambiente deles, com a rotina de vida deles, nem com sua cultura e padrão social.

Exemplificando: para um auditório composto de pessoas simples, com pouca escolaridade, o pregador expor o tema “As ilações da globalização segundo uma perspectiva escatológica”, Igualmente seria fatal utilizar um vocabulário pobre e discorrer sobre o tema “As coisas que o cristão deve fazer para enfrentar a falta de dinheiro” em uma reunião de empresários bem sucedidos…

KIT CURSO PREGADOR COMPLETO
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Para não cair neste erro, devemos levar em conta o tipo de auditório que nos ouvirá, e prepararmos uma pregação que tenha tudo a ver com a vida deles, de tal modo que eles se identificarão com a mensagem, compreendendo-a e sabendo com aplicá-la em suas vidas.

A pregação focaliza a ação de Deus no passado, não relacionando com o presente.

Tal pregação é apenas um discurso de ideias sobre Deus, uma mensagem teórica. Este tipo de pregação não confronta os ouvintes com a Palavra de Deus, no dia de hoje. Ela não se relaciona com o dia a dia deles, que ficam sem saber o que fazer com esta mensagem.

Isto não quer dizer que utilizar textos do Antigo Testamento seja errado. Absolutamente, porém, seja em qual dos Testamentos nos basearmos, em nossa mensagem devemos aplicar os conceitos textuais para o dia a dia do ouvinte.

Por exemplo, o Deus que abriu o Mar Vermelho para o povo hebreu passar, hoje possibilita-nos vencer as barreiras aparentemente intransponíveis de nossa vida; o Deus que exigiu que Abraão deixasse sua terra e sua parentela exige que você, hoje, viva uma vida totalmente consagrada a Ele.

Devemos pensar que, sempre que estivermos pregando sem aplicação, o auditório estará nos encarando e perguntando:” está bem, mas… e daí ? O que isto tem a ver comigo ?”

Portanto, confronte os ouvintes com a Palavra de Deus: confronte o desanimado com o Deus que anima, confronte o cansado com o Deus que renova as forças, confronte o rebelde com o Deus que castiga seus filhos, confronte os descrentes com o Deus da salvação, etc.

A pregação não contém ilustrações e comparações que levem os ouvintes a visualizarem os conceitos que estão sendo expostos.

Se expormos conceitos sem ilustrá-los deixaremos uma boa parte do auditório sem compreender a nossa mensagem, isto porque uma ilustração apropriada esclarece e fixa a mensagem na mente dos presentes.

Pense um pouco: o que mais você se lembra das pregações que já ouviu: os conceitos ou as ilustrações?

Estas ilustrações podem ser histórias de experiências, relatos bíblicos, as manchetes e as notícias que estão em evidência na semana, alegorias e parábolas, etc.

Agora, uma ilustração tem que realmente relacionar-se com o conceito (verdade bíblica) que você está pregando, de fácil entendimento para quem ouve, que faça parte da rotina de vida dele. Um exemplo forte da utilização de ilustrações para ensinar encontramos em Jesus, que relacionava seus ensinamentos com as práticas comuns dos seus ouvintes: semente, ovelhas, peixes, pão, etc.

Uma dica para ilustrações: apropriadas para senhoras seriam as que focalizassem suas atividades como mães, esposas e donas de casa. Para jovens e adolescentes falar de jogos, brincadeiras e atividades esportivas e escolares. E assim por diante.

A ilustração deve ser clara, e breve. Não deve tomar a maior parte do tempo de sua pregação.

A pregação não apresenta objetivos práticos e reais para aqueles que a ouvem.

Você certamente já ouviu pregações que não o levaram a tomar nenhuma atitude, e por isso logo a esqueceu. Para que isto não aconteça, devemos estabelecer , em cada sermão, um objetivo prático para a igreja. Quando estiver elaborando-o, pergunte para si mesmo o que você deseja que o auditório faça com a sua pregação.

Por exemplo, se pregar no Salmo 100, convide a igreja a tomar atitudes diárias de adoração fervorosa; se pregar a passagem de Lázaro, estimule os irmãos a crerem na vitória que parece impossível.

Então, para evitar que sua pregação bíblica fracasse, confirme que ela não apresenta estes 4 pontos de falha, e assim, certamente que sua mensagem terá pleno êxito na vida dos seus ouvintes!

Prof. Paulo Grigório