Qual é o Problema com o Mundo? 1 João 2.15-17

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“Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele.”
Alvo da Lição: Compreender o verdadeiro sentido da palavra mundo nesta passagem e sua implicação para o aluno, orientando-o a fazer a vontade de Deus.

Leia a Bíblia Diariamente
S – 1Jo 2.15-17
T – Gn 3.1-7
Q – Js 7.1-21
Q – 2Sm 11.1-5
S – Tg 4.1-8
S – 1Co 6.9-11
D – 1Co 6.12-20

Na semana passada, consideramos a necessidade de andar na luz com o Deus que é perfeita santidade. Não podemos deixar o pecado entrar em nossa vida. Queremos obedecer a Deus em cada aspecto da nossa existência. Em nossa lição de hoje, João nos mostra que, se vamos amar a Deus, não podemos também amar o mundo. Mas o que João quer dizer com a palavra mundo?

I. Definindo o termo “mundo”

Ao estudarmos o tema mundo, é muito importante que entendamos os vários usos dessa palavra na Bíblia. Há, pelo menos, três usos principais.

  1. O universo

Este é o mundo bonito criado por Deus – “O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe” (At 17.24). “O Verbo (Jesus) estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele” (Jo 1.10).

  1. Todos os seres humanos

Sendo o homem a parte mais importante do universo, a palavra “mundo” é mais usada para significar “a humanidade”. Foi este mundo de homens e mulheres de carne e sangue que “Deus amou” (Jo 3.16) e para o qual “enviou seu filho” … “para que o mundo creia…” (Jo 17.21).

  1. O mundo em oposição a Deus

O mundo que Deus criou para refletir a Sua glória está em rebelião contra Deus; pelo pecado de um só homem, o pecado entrou no mundo com as suas consequências desastrosas. Agora é um mundo desordenado – confuso – e licencioso que jaz no Maligno (1Jo 5.19). Por causa disso, no Novo Testamento, frequentemente a palavra mundo (kosmos) tem um significado sinistro. É dito que Paulo recebeu uma revelação especial a respeito da Igreja, enquanto o evangelista João recebeu uma revelação especial a respeito da natureza do mundo. Kosmos é uma palavra peculiar de João, que a emprega 105 vezes nos seus escritos.

II. A atitude do mundo para com o Deus triuno

  1. Deus Pai

o mundo não o conheceu” (1Co 1.21)

  1. Cristo – o mundo odeia a Cristo

Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim” (Jo 15.18; veja também Jo 7.7).

  1. Espírito – O mundo não pode receber o Espírito (Jo 14.17)

Assim, descobrimos que a atitude do mundo para com Deus é a de oposição – “a amizade do mundo é inimiga de Deus”. É por causa disso que Jesus disse: “O meu reino não é deste mundo” (Jo 18.36). “Eu venci o mundo” (Jo 16.33). É bom notar que a atitude de Deus para com o mundo é inflexível – o mundo está sob o julgamento de Deus: “Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso” (Jo 12.31). Quando João se refere ao poder por trás do mundo, ele o descreve como o “príncipe deste mundo” (Jo 12.31; 14.30; 16.11). Em 1João 5.19, ele afirma que o poder secreto de todo o sistema deste mundo é Satanás, que está preparando “seu mundo” para concretizar o seu grande objetivo – o reino do anticristo (1Jo 2.18,22; 4.3).

III. Dominantes deste mundo (1 Jo 2.15-16)

João, nesta epístola, começa a descrever “tudo que há no mundo” que não presta. Naturalmente, João não está pensando em coisas como dinheiro ou posses que são moralmente neutros, mas está falando das nossas atitudes para com essas coisas. São as nossas reações internas para com o ambiente lá fora. Como Jesus disse: “O que sai do homem, isso é o que o contamina. Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição… Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem” (Mc 7.20-23). Este é o motivo por que não devemos amar o mundo. João destaca três áreas.

  1. Concupiscência da carne

É o apetite pela satisfação das paixões carnais. Os apetites físicos não são pecaminosos. Deus nos deu esses apetites – para comida, sono e sexo – que são bons, e Ele pode santificá-los.

a. Comida – O apetite para comida pode ser santificado e se tornar um motivo de gratidão a Deus. Esta é a razão por que damos graças a Deus antes de comer. Satanás pode degradar esse apetite para gula. Todos nós temos que ter autocontrole nesta área.

b. Sono – É necessário para que glorifiquemos ao Senhor com nosso corpo. Mas Satanás pega esse apetite e o deprime para preguiça. Quantos crentes ficam na cama com preguiça em vez de estar na escola bíblica!

c. Sexo – A satisfação do apetite sexual, dentro dos limites do casamento, pode ser santificada por Deus como a expressão do dom precioso do amor humano. Quando usado na maneira correta, glorifica a Deus. Mas como o mundo tem deturpado esse dom! E até no meio da igreja, tantos crentes estão seguindo o padrão do mundo – jovens que praticam amor livre (que não é nada livre, porque escraviza), e quantos casais vivem uma vida dupla, através da deturpação do sexo na prostituição e fornicação. Não há dúvida que o grande deus deste século é o “deus do sexo”, que em nada glorifica a Deus, e resulta em tantas tragédias e famílias totalmente destruídas.

Aplicação

O crente tem que aprender a dizer “não” as tentações do mundo

  1. Concupiscência dos olhos

Este é o desejo do superficial que leva a pessoa a desejar e possuir tudo que é atraente aos seus sentidos físicos – “Eu o vejo, eu o quero, eu vou consegui-lo”. Este é o pecado que a mídia explora. Vejamos alguns exemplos bíblicos que tiveram resultados desastrosos.

a. Adão e Eva (Gn 3.6-7) – “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos”. Assim o pecado entrou no mundo.

b. Acã ( Js 7.20-21) – “Quando vi entre os despojos uma boa capa babilônica… cobicei-os e tomei–os”. Por causa desse pecado de Acã que começou com “a concupiscência dos olhos”, Israel, com Josué, sofreu derrota pela cidade pequena de Ai.

c. Davi (2Sm 11.2) – Davi “viu uma mulher que estava tomando banho; era ela mui formosa”. Como os olhos de Davi causaram estrago na sua vida! Ele a viu, cobiçou, tomou e cometeu adultério com ela. Que tragédia é essa história de um “homem segundo o coração de Deus” relatada em 2Samuel 11 e 12! É bom lembrar as palavras de Paulo em 1Coríntios 10.12 – “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia”, e ter bastante cuidado com os nossos olhos. Cuidado com aquilo que vemos na televisão.

  1. Soberba da vida

Uma palavra simples seria orgulho – vem do fato de o homem não aceitar sua dependência do Criador e agir com se fosse o senhor e doador da própria vida. Como crentes, muitas vezes, nos tornamos cegos a este tipo de pecado – aquela preocupação com posses materiais, status, boa impressão ou aquele tipo de orgulho que é humildade falsa. Há a tendência de, numa conversa, colocar uma frase para nos exaltar. Essa não é a maneira que o crente deve viver.

IV. Não ameis o mundo (1 Jo 2.17)

É interessante notar que as atrações do mundo não somente não satisfazem, mas não duram muito tempo – “Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência” (v.17). Por que o crente, que é herdeiro da vida eterna, concentra suas ambições e interesses em algo que é tão passageiro e inconfiável? Por causa disso, João nos desafia a respeito da maneira que estamos vivendo hoje. Se amarmos o mundo, não podemos amar o Pai. Em outras palavras, João está nos perguntando: De quem você é amigo? Do mundo ou de Deus? Os dois são mutuamente exclusivos como objetos do nosso amor.

“Aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente” (v.17). Não há dúvida que para João quem faz a vontade de Deus mostra que realmente ama o Pai. A antítese é clara. O mundo atrai e seduz tantas pessoas. Elas o amam e seguem seus caminhos, especialmente porque amam a si mesmas e querem se impregnar das coisas do mundo. Em contraste, temos um Pai amoroso, e com esse Pai permanecem aqueles que Lhe demonstram amor pela maneira que Lhe obedecem. O mundo e aqueles que só vivem para o mundo desaparecerão, mas o Pai e Seus filhos obedientes viverão para sempre. O que Satanás nos oferece são desejos que não podem ser satisfeitos. Deus tem perfeita vontade que nunca pode ser contrariada. Os seguidores do mundo compartilham a condenação e a morte do sistema deste mundo. Os filhos de Deus compartilham a vida eterna.

Conclusão

O problema com o mundo é que ele atrai e seduz. Ele desobedece a Deus, não O ama, é inimigo do Senhor, nos afasta Dele e leva ao inferno.

Aplicação

O desafio que enfrentamos é decidir se o princípio que governa a nossa vida é fazer aquilo que queremos, ou obedecer à vontade de Deus e seguir Seus propósitos. Essa é a diferença entre o céu e o inferno. Faz-nos lembrar das palavras desafiadoras de Tiago: “Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (Tg 4.4).

>> Estudo publicado originalmente pela Editora Cristã Evangélica, usado com permissão.

 

Fonte