1- Instabilidade no lar: Quando os pais não se dão bem, os filhos sentem-se ansiosos, culpados e irados. Ficam ansiosos devido à instabilidade no lar, por ver sua segurança ameaçada. Se sentem culpados por temerem ter causado o conflito; e, zangados, porque muitas vezes sentem-se deixados de fora, esquecidos e, algumas vezes, manipulados para tomarem partido – o que não querem fazer. Lares instáveis geram filhos instáveis (1 Pe 3.7).
2- Falhas dos pais: Alguns pais não maltratam seus filhos fisicamente, porém abusam deles psicologicamente. Isso acontece quando os filhos são rejeitados sutil ou abertamente, criticados excessivamente, punidos sem correspondência com a realidade (ou nunca castigados), disciplinados inconscientemente e, ou, recebem pouco amor (caso o recebam). Esses filhos, em geral, apresentam problemas pessoais ou comportamento negativo que, por sua vez, aborrecem os pais. Pais que nenhum filho gostaria de ter.
– Pais ausentes: A falta da relação afetivo/corporal entre pais e filhos é o primeiro passo para o estabelecimento de um comportamento agressivo. Pais distantes, que têm pouco ou nenhum contato afetuoso, podem desenvolver em seus filhos uma relação de afastamento com a figura de “poder”, gerando em seus filhos uma relação de amor e ódio muito forte. Esta relação amor/ódio é um dos principais fatores do comportamento agressivo. Neste caso, o amor é dirigido a “objetos”, ou melhor, a “posses” materiais, e o “ódio”, a quem “tem” (materialmente ou hierarquicamente) essas “posses”. TER significa PODER. SER é secundário, pois SOU na medida que TENHO. Quanto mais TENHO, mais EXISTO. Acontece que, na maioria dos casos, estas crianças, por falhas em sua formação, têm dificuldades em investir DE SI para OBTER ou ATINGIR algum objetivo. Assim, podem partir para comportamento SOCIOPÁTICOS na vida adolescente e, ou, adulta. É uma porta para o uso de DROGAS (criar um mundo artificial)…
– Pais superprotetores: São aqueles pais extremamente presentes, que superprotegem e inibem a liberdade de expressão dos filhos, podem gerar a “IDÉIA” de que eles são “INATINGÍVEIS”, são o “CENTRO DO MUNDO”. Este “EGOCENTRISMO” gera quase sempre um comportamento agressivo contra figuras hierarquicamente superiores, pois é difícil seguir ou obedecer regulamentos. Eles “ME IMPEDEM OU DIFICULTAM” fazer “O QUE QUERO, DA FORMA QUE QUERO, NA HORA QUE QUERO”! “Tudo que é contrário a meus interesses ou à minha ideologia tem que ser afastado, pois está errado”.
– Pais agressivos: Pais que usam bater como “FORMA PEDAGÓGICA”, ou que agridem para impor “RESPEITO”, podem estar gerando uma repetição “AMPLIADA” deste comportamento nos filhos. “Aquilo que quero consigo sempre, nem que for preciso usar da minha força, da agressividade, ou de qualquer forma que eu consiga me impor. Tudo que é contrário aos meus interesses ou à minha ideologia tem que ser destruído pois está errado”.
3- Necessidades não satisfeitas: Segundo John Drescher, existem pelo menos sete necessidades básicas para a criança em crescimento e para todos nós, através da vida: NECESSIDADE de significado, segurança, amor, aceitação, louvor, disciplina e a necessidade de Deus. Quando estas necessidades não são satisfeitas, o amadurecimento é prejudicado e freqüentemente surgem problemas.
4- Negligência espiritual: O Salmo 78, versos de um a oito, salienta que as crianças devem receber instrução espiritual para que coloquem sua fé em Deus, para que lembrem-se da sua fidelidade e não se tornem insubmissas, obstinadas ou rebeldes.
O importante período de socialização (Os primeiros anos da vida escolar).
a) Crianças extremamente COMPORTADAS podem estar acumulando ÓDIO por não conseguir romper com as barreiras e tentar se EXPRESSAR.
b) Crianças extremamente MAL COMPORTADAS podem já estar expressando suas dificuldades de seguir ou obedecer NORMAS.
c) Crianças com extrema DIFICULDADE em aprender ou de se concentrar já podem estar expressando sua REBELDIA.
d) Crianças que não conseguem DIVIDIR ou COMPARTILHAR brinquedos podem estar expressando sua necessidade de posse.
e) Crianças com DIFICULDADES, ou AGRESSIVAS na participação de brincadeiras em grupo, podem estar expressando sua falta de aceitação das NORMAS.
Como os pais podem evitar esses problemas?
Não existe em qualquer sociedade uma instituição que possa comparar-se à igreja no seu potencial de influência sobre a infância e o desenvolvimento familiar.
a) Relacionamento antes de regras – Regras sem relacionamento equivalem à rebeldia. Muitas vezes precisamos abandonar as regras e começar a construir um relacionamento. O exercício da paternidade deve ser sempre alicerçado no exercício da amizade. O relacionamento afetivo entre pais e filhos é de extrema importância na formação da personalidade da criança. Ele pode criar marcas altamente positivas, como pode deixar registros negativos, que influenciarão na formação do caráter.
b) Não economize afeto e nem contato corporal. A criança precisa ser “alimentada afetivamente” para depois ter afeto para dar. Não use ameaças e,ou, castigos corporais em excesso, pois a criança pode se acostumar e achar que é uma forma correta de expressão.
c) O que deve ser evitado.
– Não dê ARMAS DE BRINQUEDO, pois a criança pode “gostar do suposto poder” que a arma traz.
– Não superproteja seus filhos. Permita que eles aprendam pelo próprio esforço (nem que eles falhem ou errem). Falhar é bom para aprender a enfrentar desafios.
– Não estimule a relação de posse. Incentive as crianças a dividirem seus brinquedos na brincadeira.
– Não isole seus filhos. Incentive a participação de atividades de grupo, pois facilitará na vida adulta o convívio social.
d) Ser pai é ser modelo. Permita-se admitir estar errado, quando falhar na presença dos filhos. Eles precisam de “PAIS HUMANOS” e saber que “ERRAR É HUMANO”. Não se mostre onipotente na presença dos filhos. Eles precisam de pais ao alcance, e não de ídolos distantes. Permita-se dizer “NÃO SEI”, em vez de dizer “agora não tenho tempo, ou não posso, ou pergunte para…” Com certeza eles ficarão mais felizes por ter um pai ao alcance de seu conhecimento, “um pai presente”. Não desrespeite “NORMAS” na presença de seus filhos, pois eles vão aprimorar os erros vistos nos pais. No trânsito, faça um esforço e siga as normas. Assim, ainda chegaremos a um trânsito mais educado e com menos acidentes. Participe mais da vida dos seus filhos. Assim, você não correrá riscos de se surpreender, pois as expectativas deles serão de seu conhecimento e terão sua participação.
e) Treinamento espiritual – O lar é a espinha dorsal da sociedade, e os lares cristãos estáveis são construídos conforme a orientação contida na Bíblia, no geral transmitidas pelos pais e pela igreja.
f) Enriquecimento conjugal – Quando os casamentos são bons e progressivos, isso influencia positivamente os filhos, produzindo estabilidade e segurança no lar.
g) Comprometimento com prioridades ordenadas – Filhos devem ser prioridade na vida dos pais. Invista tempo com qualidade neles, ame-os e creia neles, sinta prazer neles, espere algo deles, compreenda-os, seja sincero com eles, faça elogios, ministre disciplina com sabedoria, ore com e por eles etc.
A criança e o treinamento no processo de educação.
a) A criança deve fazer isso? (uma questão de valor)
b) A criança pode fazer isso? (uma questão de competência)
c) A criança quer fazer isso? (uma questão de motivação)
Um pai que qualquer filho gostaria de ter.
O pai da Parábola do Filho Pródigo é um modelo de pai que qualquer filho gostaria de ter. O filho que tem um pai com este perfil, com certeza, se for embora de casa, logo a saudade pela ausência deste incrível pai o fará voltar.
a) Um pai manso (Lc 15.2). Equilíbrio.
b) Um pai partilhador (Lc 15.12). Generosidade.
c) Um pai respeitador. Sendo de Valor.
d) Um pai acessível. Aberto ao diálogo.
e) Um pai esperançoso (Lc 15.20). Fé.
f) Um pai perdoador (Lc 15.20). Amor.
g) Um pai conciliador (Lc 15.22,29-32). O elo que liga os filhos.
Nancy Samalin afirmou: “Nossos filhos nos dão a oportunidade de sermos os pais que sempre desejamos ter tido”. Em Mateus 7.12, lemos: “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-o vós também a eles…”
Deus abençoe todos os pais!
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