A Santificação do Corpo

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A Bíblia ao mencionar a santificação do ser inteiro, se refere a alma, o espírito e o corpo sendo conservados irrepreensíveis até a vinda do Senhor Jesus. Mas até que a redenção do corpo seja experimentada, como se dá o seu processo de santificação?

Sabe-se que carne corruptível terá que ser transformada em incorruptível para experimentar o reino de Deus, como lidar com a carne aqui na Terra?

Há uma diferença relatada na Palavra de Deus ao que se refere à carne e ao corpo:

▪ Corpo (do grego “soma”):

“Fujam da imoralidade sexual! Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica imoralidade sexual peca contra o próprio corpo.” 1 Coríntios 6.18

Todo pecado de ordem sexual é diretamente contra o corpo, ou seja, para que a plenitude da santificação no corpo aconteça é necessário andar longe de qualquer tipo de imoralidade sexual.

▪ Carne (do grego “sarx”)

“Ora, as obras da carne são conhecidas e são: imoralidade sexual, impureza, libertinagem, idolatria, feitiçarias, inimizades, rixas, ciúmes, iras, discórdias, divisões, facções, invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas. Declaro a vocês, como antes já os preveni, que os que praticam tais coisas não herdarão o Reino de Deus.” Gálatas 5.19-21

Quando se trata de vencer a carnalidade o remédio envolve domínio próprio, alimentar a carne da forma devida como Cristo fez com seu corpo, até que chegue o dia de viver a restauração, enquanto isso é preciso refrear as ações da carne e não se deixar  inclinar ao que é errado.

A Palavra também cita, em diversas passagens, a carne como sinônimo do corpo (ex: Efésios 5.29-30), mas também, ao se tratar de inclinação ao pecado, parece distinguir as duas partes.

A QUESTÃO DO DOMÍNIO PRÓPRIO

Desde o princípio o Senhor alertou sobre como o desejo se volta contra o ser humano, em Gênesis 4.7, Deus alerta Caim e o aconselha a dominar a vontade de sua carne. Ele não o fez, e viveu as sérias consequências da sua falta de domínio próprio

A responsabilidade de refrear os desejos é toda do homem, mesmo quando há uma ação de satanás ele explora a cobiça do coração do ser humano. É responsabilidade do cristão dizer não a suas concupiscências.

“Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne. Assim como oferecestes os vossos membros para a escravidão da impureza e da maldade para a maldade, assim oferecei, agora, os vossos membros para servirem à justiça para a santificação.” Romanos 6.19

O apóstolo Paulo, em sua carta aos romanos enfatiza a fraqueza da carne, como conhecedor do que ela é capaz de fazer e instrui ao povo uma vida de santificação na qual existe controle sobre o corpo, não permitindo que ele se entregue ao que o satisfaz.

No lugar de ceder aos desejos, uma vida de sacrifício vivo, santo e agradável a Deus.

“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Romanos 12.1-2

No Antigo Testamento, ao se referir a sacrifício, a morte de um animal era o símbolo, ao chamar o corpo de “sacrifício vivo” Paulo descreve uma morte não ao corpo mas a inclinação da carne, o comportamento do velho homem deixado de lado, trazendo agora um culto racional.

Sabe-se que a inclinação da carne e do espírito são completamente diferentes, as Escrituras falam sobre uma guerra entre o espírito e a carne. Quando a palavra diz “a carne é fraca”, não fala apenas da inclinação para o pecado, mas a indisposição dela para as coisas do espírito.

“Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer.” Gálatas 5.16-17

A única forma de permitir que o espírito manifeste a natureza de Deus é através da crucificação da carne, permitindo que o Espírito esteja no governo.

O Senhor concedeu o fruto do Espírito que é capaz de dominar a carne: domínio próprio (no grego, “egkrateia”, que significa: “auto controle” )

Em 1 Coríntios 9.27 o apóstolo Paulo adverte que não adianta pregar aos outros o que se deve fazer e depois tropeçar naquilo que foi pregado, é necessário reduzir o corpo a escravidão, tornar a carne serva, fazer com que esta seja controlada pelo espírito.

“E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências.” Gálatas 5.24

O PECADO CONTRA O CORPO

A questão da imoralidade – 1 Co 6.18 – o uso do corpo deve ser santo para o Senhor, ele é habitação e morada para o Espírito Santo, precisa servir para a glória de Deus. Viver de maneira santa é um culto com o propósito de exaltar ao Senhor, o corpo não pertence mais ao homem, mas é um templo separado a Deus. Não o entregar à prostituição é um culto racional, repetido dia após dia por uma postura firme de santidade.

A vontade de Deus é santificação plena do homem, há um processo de santificação, mas a santificação do corpo é abster-se da prostituição. Essa santificação que honra, que o reconhece Senhor, acima de todas as coisas. 

“Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição; que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra, não com o desejo de lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus; e que, nesta matéria, ninguém ofenda nem defraude a seu irmão; porque o Senhor, contra todas estas coisas, como antes vos avisamos e testificamos claramente, é o vingador, porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação.” 1 Tessalonicenses 4.3-7

O Senhor concede perdão e redenção, mesmo ao lamaçal da imoralidade sexual. Na passagem de João 5.14 Jesus disse ao paralítico que acabara de curar: “Não peques mais, para que não te suceda coisa pior”. Cristo oferta a graça, mas em seguida uma advertência: não volte ao pecado, existem consequências. A graça oferece perdão e nos livra do pecado, mas se permanecermos no erro a graça é anulada e as consequências são piores.

Que o temor do Senhor transborde em seu coração e que o zelo pela santidade te leve a um tempo novo de obediência e dedicação ao Senhor.

Luciano P. Subirá é o responsável pelo Orvalho.Com – um ministério de ensino bíblico ao Corpo de Cristo. Também é pastor da Comunidade Alcance em Curitiba/PR. Casado com Kelly, é pai de dois filhos: Israel e Lissa.

*O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: A Santificação do Espírito

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