Sem dúvida alguma, o Movimento Pentecostal trouxe e ainda traz, uma renovação espiritual muito grande para o Cristianismo através da Teologia Pentecostal. A extensão dessa renovação, tem sido sentida no mundo inteiro, desde o século passado. Isto acontece porque Deus tem revestido seus servos gloriosamente para levar a mensagem do evangelho aos perdidos. Uma coisa interessante é que o Pentecostalismo não é um “modismo teológico”, como alguns tentam classificar.
Na verdade, “o Pentecostalismo é um movimento legitimamente bíblico e que, historicamente, não se restringiu à Igreja Primitiva. Não é, portanto, um modismo sueco ou norte-americano.” No Brasil, o Movimento Pentecostal se propagou em todos os estados do país.
Desde cedo, seus líderes se preocuparam em investir no ensino das Escrituras. Nessa época, alguns nomes se tornaram conhecidos como por exemplo: Gunnar Vingren, Frida Vingren, Samuel Nystrom, Nils Kastberg, Otto Nelson, Nels Nelson, Joel Carlson, Eurico Bergstén, Orlando Boyer, N. Lawrence Olson, John Peter Kolenda, João Kolenda, Ruth Doris Lemos, entre outros. Eles usaram todos os recursos possíveis e disponíveis, como jornais (Boa Semente, O Som Alegre, Mensageiro da Paz), folhetos, hinos e livros para compartilhar com os novos convertidos aquilo que criam.
Dessa forma, os pilares da teologia pentecostal, pouco a pouco, foram se sistematizando. Atualmente, existe uma vastidão de obras acadêmicas abordando, de forma honesta, a teologia pentecostal. É verdade que em língua portuguesa, muitas obras ainda não foram traduzidas, porém aquilo que temos já é o suficiente para, no mínimo, conhecermos os seus fundamentos. A realidade é que, embora se tenha à disposição uma sólida teologia pentecostal, muitos desprezam o seu estudo. Infelizmente, esse desinteresse é praticado não só pelos opositores do pentecostalismo, como também por boa parte dos próprios pentecostais. Partindo desse pressuposto, pretendo abordar alguns motivos que estimulem o estudo dessa teologia. Boa leitura!
Teologia Pentecostal é centrada nas Sagradas Escrituras
Isso mesmo! Levamos a sério o ensino bíblico no que diz respeito às verdades centrais da fé. Gunnar Vingren já recitava desde cedo: “Buscai a verdade, porque ‘Se conhecerdes a Verdade, ela, vos libertará’.”
A teologia pentecostal dá forte ênfase à soteriologia, pneumatologia e escatologia, doutrinas cruciais para os crentes primitivos. Gunnar Vingren deixa claro essa preocupação com o ensino teológico ao dizer: “Em o Som Alegre anunciaremos as promessas gloriosas incluídas no Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, ou seja, a salvação completa e perfeita de todos os pecadores e tudo o que pertence à nova vida do cristão: o batismo no Espírito Santo, os dons espirituais, e a próxima e gloriosa vinda do Senhor.” [03] É preciso deixar claro que essas doutrinas são importantes no contexto pentecostal, mas não diminuem o valor das demais doutrinas cristãs.
Qualquer teologia que não estiver centrada nas Escrituras estará à disposição do maligno para prejudicar o Cristianismo. No caso do Pentecostalismo, qualquer pessoa pode constatar que sua teologia tem raízes profundas na Bíblia. Nela, Deus é descrito como Aquele que atuou no passado, porém não se limitou aos tempos antigos. Cremos que Deus continua operando de forma maravilhosa na vida daqueles que creem, conforme prometeu Jesus em Marcos 16.17,18: “E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e estes serão curados.”
Existe um mito circulando de que o Pentecostalismo põe a experiência pessoal acima das Escrituras. Isso não é verdade! A Bíblia é a principal regra de fé da teologia pentecostal!
A Teologia Pentecostal encara de maneira séria a prática daquilo que professa
A teologia pentecostal leva a sério a praticidade daquilo que professa. Não estou dizendo que os teólogos que não são pentecostais não pratiquem aquilo que professam. O que quero dizer é que quando se trata de praticidade, a teologia pentecostal se destaca notavelmente. Embora os pentecostais não priorizem as experiências pessoais em detrimento da centralidade da Palavra de Deus, ensinamos que as experiências são consequências naturais daquilo que cremos e vivemos. Uma igreja que está alicerçada numa teologia morta, jamais terá membros espiritualmente saudáveis. Quando estudamos os basilares da fé pentecostal, e procuramos praticar aquilo que aprendemos, ficamos entusiasmados com os resultados!
Muitos cristãos têm medo de estudar teologia por pensar que não existe conexão entre Teologia e prática. Ora, isto não é verdade. Por outro lado, as pessoas que creem assim formularam esse conceito através do contato com alguma teologia que atrofia a vida espiritual. Por causa disso, frases como “Se você fizer Teologia, vai se tornar um cético”, “Se você fizer Teologia, vai apagar o fogo do Espírito Santo em sua vida”, “Quem faz teologia esfria”, “A letra mata” são comuns no meio evangélico.
Qualquer teologia que resulte em algo danoso à fé cristã deve ser descartada e repudiada, pois não estará contribuindo saudavelmente para o evangelho de Cristo. É de se esperar que uma teologia autenticamente bíblica deva produzir frutos abundantes. Eu concordo com Elienai Cabral quando pontua que: “Não haverá boa e frutífera teologia sem uma boa espiritualidade. Quando se separa teologia e a trata apenas como uma ciência religiosa, nada pode produzir de conhecimento real de Deus. A teologia não pode perder o seu sentido original que ‘defini-se como o conhecimento sapiencial e pessoal da revelação divina’. Devemos resgatar a teologia e trazê-la de volta para a vida da igreja, redescobrindo a finalidade da teologia na relação espiritual do crente. Para isto precisamos zelar e preservar a ligação íntima entre teologia e espiritualidade.”
Voltando à teologia pentecostal, podemos constatar os resultados da mesma, todos os dias.
Em um artigo intitulado: “Prioridades e doutrinas pentecostais”, Thomas F. Zimmerman nos apresenta alguns princípios que norteiam a vida de um pentecostal. Estarei reproduzindo seu raciocínio logo abaixo:
1) Os pentecostais mantêm um ponto de vista elevado das Escrituras.
2) O pentecostalismo é parte importante na ortodoxia teológica.
3) Os pentecostais honram o Pai, o Filho e o Espírito Santo igualmente.
4) Os pentecostais encaram seriamente a Grande Comissão.
5) Os pentecostais procuram corresponder ao Espírito Santo em adoração a Deus.
6) O pentecostalismo mantém, por vezes, um espírito de cooperação com organizações evangélicas.
Sendo assim, vale a pena estudar uma teologia que reflete positivamente naquele que crê e a pratica.
Poderemos combater as heresias com mais propriedade
Muita coisa tem sido vendida na praça usando-se o termo “pentecostal”. Alguns crentes associam a Teologia pentecostal à ignorância bíblica. Nossa teologia é vista como rasa, irrelevante e em casos mais graves, como um modismo teológico. Essas inverdades precisam cair por terra.
Infelizmente, tais críticas são feitas por dois grupos de pessoas: as que desconhecem a teologia pentecostal, e as que conhecem, porém insistem em deturpá-la. Atualmente, os ataques procedem mais intensamente por meio das redes sociais. Os opositores do pentecostalismo se utilizam de páginas no Facebook e canais no YouTube para zombar, distorcer e ridicularizar nossa fé.
Além disso, o liberalismo, a teologia da prosperidade e o sincretismo teológico, são males que precisam ser combatidos!
As heresias são ferramentas malignas produzidas para minar as raízes do evangelho. Se a raiz for atingida, a queda será inevitável. É por isso que muitas igrejas estão mortas espiritualmente. Trocaram o bom perfume de Cristo por doutrinas estranhas que não trazem edificação.
Não estamos imunes aos falsos ensinos, contudo, devemos estar preparados para combatê-lo! O passarinho pode até pousar em nossa cabeça, mas não pode fazer ninho.
Conclusão: Durante muito tempo, os pentecostais foram taxados de analfabetos em questões de conhecimento bíblico. A realidade desse entendimento passou, porém, me parece que o estereótipo ainda continua.
Para reverter esse quadro, é urgente que estejamos preparados para desmascarar a mentira e expor a verdade. No Brasil, o movimento pentecostal cresceu e gerou muitos frutos.
Entretanto, nas últimas décadas, temos sentido um declínio espiritual alarmante. A chama não pode apagar! É preciso voltar às origens, abandonar os falsos ensinos e propagar a nossa herança pentecostal!