Reflexões de C.S. Lewis sobre Deus em uma teologia cristã simples

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Reflexões de C.S. Lewis sobre Deus em uma teologia cristã simples
Reflexões de C.S. Lewis sobre Deus em uma teologia cristã simples

No livro Cristianismo Puro e Simples, de C.S. Lewis, podemos encontrar muitas reflexões sobre Deus, em uma teologia cristã, “pessoal e impessoal de Deus” muito interessante, leia esses trechos das páginas, 213-216, que com certeza irá impactar sua vida.

Hoje em dia, um bom número de pessoas diz: “Acredito em Deus, mas não num Deus pessoal.” Elas pressentem que o mistério por trás de todas as coisas deve ser maior que uma pessoa. Os cristãos concordam com isso. Porém, os cristãos são os únicos que oferecem uma ideia de como seria esse ser que está além da personalidade.

Todas as outras pessoas, apesar de dizerem que Deus está além da personalidade, na verdade concebem-no como um ser impessoal: melhor dizendo, como algo aquém do pessoal. Se você está em busca de algo suprapessoal, algo que seja mais que uma pessoa, não se verá obrigado a escolher entre a ideia cristã e as outras idéias, pois a ideia cristã é a única existente no mercado.

No nível divino, ainda existem personalidades; nele, porém, as encontramos combinadas de maneiras novas, maneiras que nós, que não vivemos nesse nível, não podemos imaginar. Na dimensão de Deus, por assim dizer, encontramos um Ser que são três pessoas sem deixar de ser um único Ser, da mesma forma que um cubo são seis quadrados sem deixar de ser um único cubo.

É claro que não conseguimos conceber plenamente um Ser como esse. Do mesmo modo, se percebêssemos apenas duas dimensões do espaço, não poderíamos jamais imaginar um cubo. Mesmo assim podemos ter dele uma noção vaga. Quando isso acontece, nós conseguimos ter, pela primeira vez na vida, uma ideia positiva, mesmo que tênue, de algo suprapessoal – algo maior que uma pessoa.

Todos os que creem em Deus acreditam que ele sabe o que eu e você faremos amanhã. Mas, se ele sabe que farei isto ou aquilo, onde está a minha liberdade de fazer o contrario? Bem, mais uma vez a dificuldade está em pensar que Deus progride como nós numa seqüência temporal, com a única diferença de que ele consegue enxergar o futuro e nós, não.

Bem, se isso é verdade, se Deus prevê os nossos atos, fica difícil entender nossa liberdade de não fazer algo. Suponha, no entanto, que Deus esteja fora e acima da linha do tempo. Nesse caso, isso que chamamos “amanhã” é visível para ele da mesma forma que o que chamamos “hoje”. Todos os dias são “agora” aos olhos de Deus. Ele não se lembra de que ontem você fez isto e aquilo; simplesmente vê você fazendo essas coisas, porque, embora você tenha perdido para sempre o dia de ontem, ele não perdeu.

Ele não “antevê” você fazendo isto e aquilo amanhã; simplesmente vê você fazendo essas coisas, pois, embora o amanhã ainda não exista para você, já existe para ele. Você nunca pensou que os atos que faz agora são menos livres só porque Deus sabe o que você está fazendo. Bem, ele conhece suas ações de amanhã exatamente da mesma maneira – pois já está no amanhã e pode simplesmente observá-lo.

Num certo sentido, ele não conhece nossas ações até que elas tenham acontecido; no entanto, o momento em que elas acontecem já é “agora” para ele.

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