O tabernáculo: lembrança diária da presença de Deus

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O tabernáculo: lembrança diária da presença de Deus

SÉRIE ÊXODO  |  Estudo 8

Texto básico: Êxodo 25—31

Textos de apoio

– Romanos 8.1-17

– Apocalipse 21

– 1 Pedro 2.1-25

– Hebreus 10.1-18

– Hebreus 10.19-39

Introdução

Esses capítulos descrevem as instruções de Deus a Moisés para a construção do tabernáculo. As instruções são detalhadas e incluem as medidas, o material, como os objetos devem ser feitos, e a função ou uso do objeto.

Grande parte das instruções dos capítulos 25 a 28 e partes do 30 e 31 é repetida nos capítulos 36 a 38. A primeira seção contém as instruções de Deus a Moisés sobre como devia construir o tabernáculo. A segunda seção descreve como a obra foi executada. A repetição com todos os mesmos detalhes visa reforçar a importância e significado do tabernáculo.

O ponto chave de toda a instrução é a declaração do 25.8: “E farão um santuário para mim, e eu habitarei no meio deles”. É preciso lembrarmos disso. Todo esse detalhamento visa justamente enfatizar que o tabernáculo não serviria apenas de lugar onde ofereciam sacrifícios, mas era o lugar da habitação de Deus. Os sacrifícios só se justificam por causa da presença de Deus.

Um povo que foi liberto da escravidão para servir/adorar a Deus precisa aprender como viver com esse Deus. O tabernáculo ficaria no centro do acampamento (cf. Nm 2). Esse é o modo simbólico de declarar que Deus estava no centro da vida dos israelitas. Toda a vida da comunidade gira literalmente em torno de Deus, do tabernáculo. A consciência da presença de Deus era manifesta em tudo que o cidadão fazia, desde o ritual até o trato com as pessoas.

Para entender o que a Bíblia fala

1. Veja a progressão das instruções sobre a construção do tabernáculo. O primeiro objeto a ser construído é a arca, depois a mesa com os utensílios, o candelabro, em seguida o tabernáculo propriamente, os altares, o pátio, finalmente as vestes sacerdotais. Isso reflete um movimento de dentro (da arca) para fora (o pátio e os sacerdotes). Qual seria o simbolismo disso? Será que podíamos dizer que isso quer sugerir que a presença de Deus na arca deve se estender para fora de modo a influenciar toda a vida na comunidade?

2. Leia o 25.22. Como podemos entender a finalidade da arca de acordo com esse versículo?

3. Dentro da arca eram colocadas as “tábuas da aliança” ou “testemunho”, isto é, as instruções de Deus a Moisés. A arca tinha uma “tampa” ou “propiciatório” (25.17). A palavra hebraica pode ser traduzida simplesmente como “tampa”, contudo, ela vem da raiz que significa “fazer expiação”, de onde também vem a expressão Yom Kippur, dia da expiação. Sobre a tampa estavam os querubins, no meio dos quais Deus se manifestava. É possível ver no simbolismo da arca a instrução, o perdão e a presença de Deus. Neste caso, o que isso nos diz sobre nossa obediência à lei e ao caráter de Deus?

4. Dentre os diversos objetos, o candelabro ou lâmpadas (25.31-40; 27.20-21) também era significativo. A lâmpada devia sempre estar acesa. Passou a simbolizar também a contínua presença protetora de Deus no meio do seu povo (cf. 2Sm 21.17; 22.29; Ap 21.23).

5. Leia o 29.42-46. Compare o v. 45-46 com Êx 6.7. O tabernáculo pretende firmar essa relação de Deus com o povo (“serei o seu Deus”). Observe também que não foi apenas o faraó que precisava saber/conhecer quem era o Senhor. Os israelitas também precisavam conhecer esse Deus que “os tirou do Egito para habitar no meio deles”. O tabernáculo era essa lembrança constante.

6. As instruções sobre o tabernáculo terminam com a ordenança sobre a guarda dos sábados (31.12-18). A motivação ou razão para a observância do sábado é que o “Senhor fez os céus e a terra, e no sétimo dia ele não trabalhou e descansou” (31.17). Curiosamente, há sete falas de Deus, ou instruções introduzidas pela expressão “Disso o Senhor a Moisés” (25.1; 30.11; 30.17; 30.22; 30.34; 31.1; 31.12). Isso é muito sugestivo. Pode ser um modo de dizer que o tabernáculo visa resgatar a ordem da criação ou que por meio do tabernáculo Deus está resgatando a ordem inicial em que ele era o centro da vida de suas criaturas. Vemos ecos disso também no 39.32-43.

Hora de avançar

1. A maior importância desses capítulos não consiste em descrever o ritual ou dizer como Deus será adorado. Isso será mostrado no livro de Levítico. Toda a ênfase aqui é no preparo do lugar onde Deus habitará. Na nossa experiência de fé sabemos que “o Altíssimo não habita em casas feitas por homens” (At 7.48). Por isso, nossa fé não está centrada em lugares sagrados, mas na pessoa e presença de Cristo em nós. No entanto, essas instruções têm muito a ensinar o povo de Deus hoje, pois, mostra como um povo liberto deve viver com a consciência da presença constante de Deus no centro da vida comunitária.

2. Os autores do Novo Testamento aplicam continuamente figuras do tabernáculo para a vida do cristão. Veja por exemplo 1 Pedro 2; Romanos 8. Você consegue pensar em outras passagens do Novo Testamento que usam figuras e linguagem do tabernáculo para falar da vida cristã?

Para terminar

Imagine o que significa acordar toda manhã e ver no centro do acampamento um sinal visível da presença de Deus. Será que isso afetava o modo como as pessoas viviam o seu cotidiano? Quais são algumas coisas que fazemos para nos lembrar a cada dia que vivemos na presença de Deus e que tudo que fizermos deve ser feito na presença dele?

Autor do Estudo: pr. Billy Lane

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Fonte