Enfrentando o Inimigo
Texto Básico: 1 João 2.18-29
Versículo-Chave: 1Timóteo 4.1
“Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios”
Alvo da Lição: Mostrar a atuação do anticristo em nossos dias e nosso posicionamento contra suas doutrinas, pela palavra de Deus.
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S – 1Jo 2.18-29
T – Dn 11.36-46
Q – Mt 24.4-13
Q – Mt 24.22-28
S – Rm 13.11-14
S – 1Tm 4.1-5
D – 1Pe 2.1-22
Iniciamos dizendo da nossa saudade e da nossa lamentação pelos companheiros e companheiras de ministério, nossos irmãos e irmãs que já não estão conosco no caminho da sã doutrina, aqueles que foram levados pelos espíritos mentirosos, pelos ensinos falsos de enganadores e pela ingenuidade de aventuras que os desviaram pelas sendas tortuosas do desencanto, da decepção, da vergonha e da frustração. Essa realidade acontecida com eles mostra a ação dos espíritos do anticristo hoje, como no passado, a qual foi prevista e ao mesmo tempo confrontada na visão de Jesus, nos ensinos apostólicos e na revelação do Espírito Santo pela palavra de Deus.
Abrimos nosso coração para todos eles para dizer que os amamos e oramos por sua volta aos braços de Cristo e à tradição doutrinária dos apóstolos, ensinada por nossas igrejas.
A atuação do erro está presente, nesta geração, não somente pelo frutificar das falsas doutrinas, mas também pelo espírito exacerbado de revolta, de divisão e de interesses humanos, o qual tem corroído a paz e a harmonia da igreja, corpo de Cristo. A imaturidade espiritual de muitos crentes os faz agitar-se como um mar revolto e inquieto, o qual espuma a sua própria sujidade. Veja Efésios 4.14-16 e Judas 10-13. Os falsos mestres e suas doutrinas são escoadouros nos rios cristalinos da fé e da sã doutrina.
Vamos estudar esta lição equilibrando o amor cristão com o zelo doutrinário.
I. Como reconhecer o anticristo (1Jo 2.18-19,22-23)
A Bíblia nos revela, em muitas de suas passagens, que nosso inimigo está vivo e ativo no meio do povo de Deus, desde tempos antigos: “Com efeito, o mistério da iniquidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém; então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá, pela manifestação de sua vinda” (2Ts 2.7-8). O inimigo se faz reconhecer por suas ações (“pelos seus frutos os conhecereis”) e pela sua doutrina.
No tempo do apóstolo João, a igreja era bombardeada pelo gnosticismo, doutrina falsa repudiada por ele e pelos demais apóstolos, como Paulo, Judas e Pedro. Os pregadores dessa heresia não criam que Jesus veio em carne por acharem que a “matéria imunda não se une ao espírito”. Ensinavam que houve uma emanação de um dos “aeons” (anjos) e que o homem Jesus recebeu um “aeon” no Seu batismo, sendo que na Sua morte este O abandonou. Ensinavam também que a salvação era só para o espírito e com isso permitiam a licenciosidade entre seus seguidores (2Pe 2.1-14).
Os agentes do mal não somente se entregavam à impureza, mas se davam às práticas sexuais promíscuas. Os agentes do mal com o próprio mal se misturam e devemos conhecê-los. O anticristo tem seus “mestres”, os quais têm surgido no meio do povo de Deus e na história humana (1Jo 2.18; Ap 2.20-24). Abraçam a fé, ficam nas comunidades evangélicas e, por não se converterem, vão embora, como Simão, o mágico (1Jo 2.19; At 8.9-21).
Aplicação
Os crentes que foram enganados voltem para Jesus e O sirvam na igreja em que foram chamados!
II. Como enfrentar o anticristo (1Jo 2.20-23)
Quando o inimigo se apresenta como inimigo, facilmente o enfrentamos; mas quando se manifesta com pele de ovelha, surge a dificuldade. Somos, muitas vezes, levados por suas astúcias e artimanhas.
Em 2Coríntios 11.13-15, lemos: “Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça”. Nesses versículos, o apóstolo Paulo adverte os irmãos da igreja de Corinto contra os falsos mestres, que têm a capacidade satânica do engano, da mentira e da astúcia. Se o inimigo é tão astuto, como enfrentá-lo?
- Com a unção e o poder do Espírito Santo (1Jo 2.20)
Se o inimigo é um ser espiritual, só podemos vencê-lo com armas espirituais. O Espírito Santo é Quem nos dá discernimento e conhecimento para não sermos enganados pelas heresias dos falsos profetas (1Jo 4.1-4).
- Com o conhecimento da verdade (1Jo 2.20-23)
Hoje há uma preocupação muito grande entre nós, pela falta de conhecimento de muitos crentes; isso acontece pelo descaso à palavra de Deus. Embora muitos já tenham a verdade encarnada, Jesus, poucos são os que têm o conhecimento da verdade inspirada, a Bíblia.
Devemos confrontar a mentira das falsas doutrinas com a verdade da palavra de Deus: mentira alguma jamais procede da verdade. Confrontemos a mentira com a confirmação da nossa fé na Pessoa do Filho de Deus, Jesus Cristo (1Jo 2.22-23).
Os gnósticos, entre os quais Cerinto, o que mais hostilizava e atacava a doutrina apostólica, diziam ter “profundo conhecimento” das cousas ocultas – ver Apocalipse 2.24; seu misticismo os fazia ridicularizar a simplicidade dos ensinamentos evangélicos, principalmente os que se referiam à pessoa de Jesus. Eles negavam que Jesus é o Cristo do Deus vivo. Diante dessa heresia, João afirma: “quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho” (1Jo 2.22). No versículo 23, observamos: “Aquele que confessa o Filho tem igualmente o Pai”.
A base maior da fé cristã é a pessoa de Jesus Cristo, o Messias sofredor, triunfante e glorioso, O qual veio em carne, morreu pelos nossos pecados, ressuscitou ao terceiro dia, e hoje está “à direita da Majestade, nas alturas” (Hb 1.3). A confirmação dessa verdade em nosso viver é uma das armas para enfrentar o inimigo.
III. Como se manter no caminho certo (1Jo 2.24-29)
A falta de fibra e coragem para perseverar e caminhar na doutrina que ouviram é a razão maior do desvio de muitos; outros foram levados pelo fascínio do misticismo, das chamadas experiências visionárias, muitas delas enganosas e fraudulentas; ainda outros seguiram as veredas das aventuras humanas, motivados pelo seu próprio egoísmo e interesses materiais (2Ts 2.9-12).
Vejamos algumas verdades que nos podem manter na senda correta da vida cristã.
- Deixemos que a verdade divina permaneça em nós (1Jo 2. 24-25).
“Permaneça em vós o que ouvistes desde o princípio. Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também permanecereis vós no Filho e no Pai”.
Medito na expressão “o que ouvistes desde o princípio” e vêm à minha mente dois significados:
a. Para os crentes contemporâneos de João, era a doutrina que eles ouviram e receberam desde os primeiros dias de sua fé em Cristo Jesus;
b. Para nós, é a doutrina apostólica ensinada pelos pioneiros do evangelho no Brasil; por ela nossos pais se converteram e nos legaram a mensagem pela qual também nos convertemos a Jesus.
Medite: Deus mandaria missionários lá do exterior e chamaria obreiros nacionais, uns e outros pioneiros, para pregar um evangelho falso e uma doutrina errada? Nossa conversão aconteceu com apelos e convicções falsos? Como o Espírito Santo opera no meio da mentira?
- Deixemos que a unção divina nos ensine (1Jo 2. 26-27)
Todos nós sabemos que o termo “unção” se refere à pessoa do Espírito Santo. Ele está em nós e é o selo de Deus em nossa vida desde a conversão: “depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa” (Ef 1.13). O Espírito nos ensina quando estamos submissos a Ele no estudo e na obediência da Bíblia. A pedagogia do Espírito é a palavra de Deus. Temos o Espírito Santo, portanto, devemos deixar espaço para que Ele nos ensine toda verdade (Jo 14.26).
Aplicação
Como vai sua hora devocional de estudo e oração?
- Deixemos que nossa vida seja enraizada em Cristo (1Jo 2. 28-29)
Quero fazer uma comparação: a vida cristã é como uma árvore frondosa e frutífera com raízes bem profundas que lhe dão sustentação contra os ventos procelosos e adversos. Quando essas raízes estão fincadas em Cristo, nossa vida toma o rumo da firmeza e da segurança.
a. Enraizar nossa vida em Cristo significa permanecer Nele e ter a confiança de que na Sua vinda seremos aprovados (v.28).
b. Enraizar nossa vida em Cristo é reconhecer a Sua justiça e vivê-la como evidência de que somos nascidos Dele (v.29).
Aplicação
A comunhão, a esperança e a justiça têm alto valor contra os falsos mestres (anticristos) e seus ensinos malignos.
Conclusão
Esta lição nos incentiva a um posicionamento radical contra o sistema doutrinário montado pelo inimigo desde o tempo dos apóstolos, o qual, como câncer, corrói a nossa fé, divide nossas igrejas e mata nossa vida espiritual. Todavia, devemos amar aqueles que têm sido levados pelas ondas dos movimentos provocadores das falsas doutrinas e orar por sua volta à simplicidade de Cristo, como dissemos na introdução desta lição. Quanto aos seus mestres, usemos a sabedoria da Palavra, da oposição e da resistência a eles (2Tm 3.5; Jd 3-4).
Aplicação
Tenho crescido no conhecimento da palavra de Deus, estudando-a a cada dia? Minha vida de comunhão com Cristo é real?
>> Estudo publicado originalmente pela Editora Cristã Evangélica, usado com permissão.