A adoração que realmente vale

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Qual a adoração que realmente vale? Se você perguntar a diferentes religiosos, oriundos de diferentes religiões, sobre quem deve ser o objeto da verdadeira adoração, certamente ouvirá as mais díspares, embora sinceras, respostas. Considerando que todos serão invariavelmente leais, os quais se acharão absolutamente verdadeiros em sua fé, obviamente isso não quer necessariamente dizer que todos sejam portadores da verdade sobre a adoração que conta para Deus.

A história está repleta de exemplos de servos de Deus que foram confrontados com situações emergenciais que os colocavam, ora na situação de serem adorados, ora na de serem exigidos a adorarem outros deuses que não o único Deus e Criador dos céus e da terra. Convém observar como eles procederam e, assim, tirar suas próprias conclusões.

Paulo e Barnabé chegaram à cidade de Listra e logo passaram a pregar o Evangelho. Numa ocasião, após curarem um paralítico de nascença em nome de Jesus, os habitantes da cidade pensaram que os dois missionários fossem a encarnação dos deuses pagãos Júpiter e Mercúrio, e quiseram a todo custo adorá-los, oferecendo-lhes sacrifícios. Ao saberem disto, os apóstolos rasgaram as suas vestes, saltaram para o meio da multidão, e clamaram: “Senhores, por que fazeis isto? Nós também somos homens como vós, sujeitos aos mesmos sentimentos, e vos anunciamos o Evangelho para que destas coisas vãs vos convertais ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles”. Eles impediram, mas com muita dificuldade, que as multidões lhes oferecessem sacrifícios de adoração, pois sabiam que somente Deus era digno de ser adorado (Atos 14.8-18).

Quando o apóstolo Pedro, avisado por divina revelação, foi pregar o Evangelho ao centurião romano Cornélio, este quis adorá-lo. A Bíblia assim narra o episódio: “E aconteceu que, indo Pedro, saiu Cornélio a recebê-lo e, prostrando-se a seus pés, o adorou. Mas Pedro o levantou, dizendo: Ergue-te, que eu também sou homem” (Atos 10.25).

Hananias, Misael e Azarias, jovens hebreus exilados em Babilônia, foram confrontados pelo rei Nabucodonozor para que adorassem a uma grande estátua de ouro do deus babilônico. Se eles não o fizessem, seriam lançados numa fornalha ardente sete vezes acima do normal. Assim eles responderam: “Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de fogo ardente, e das tuas mãos, ó rei. Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste” (Daniel 3.17).

Quando o apóstolo João recebeu a revelação do Apocalipse, teve o encontro com um anjo majestoso e quis adorá-lo. O anjo assim lhe disse: “Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantém o testemunho de Jesus; adora a Deus” (Apocalipse 19.10).

Quando Satanás tentou Jesus no deserto, propôs dar-lhe todos os reinos do mundo e a glória destes, se tão somente Jesus o adorasse. “Então Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele darás culto” (Mateus 4.10).

Desses cinco exemplos podemos depreender que nem homens, nem imagens de escultura, nem anjos, nem santos, nem Satanás, ou qualquer outro ser, por mais importante ou majestoso que seja, pode ser merecedor de adoração. Isso está de acordo com o primeiro Mandamento: “Não farás para ti imagem de escultura… Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o Senhor teu Deus” (Êxodo 20.4,5).

Essa questão da adoração verdadeira entrou na conversa de Jesus com uma mulher samaritana junto ao poço de Jacó, quando ouve desta uma indagação quanto ao lugar onde Deus deveria ser adorado, se em Jerusalém ou em Samaria.

Nesse ponto, depois de afirmar que o lugar da adoração deixara de ser importante, Jesus adiciona um elemento a mais na revelação, e diz: “Mas vem a hora, e já chegou, quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é Espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (João 4.23).

Jesus ensina principalmente duas coisas nesta sentença. Primeiro, quando diz “em espírito”, Jesus indica o nível em que deve ocorrer a verdadeira adoração. Ou seja, devemos comparecer diante de Deus com total sinceridade e num espírito (ou disposição de ânimo) dirigido pela atividade do Espírito Santo em nossa vida. Segundo, quando diz que a adoração deve ser “em verdade”, Jesus está afirmando que a adoração tem que ser prestada de conformidade com a verdade da revelação que Deus fez de Si mesmo através do Seu Filho Jesus.

É por isso que os que propõem um tipo de adoração que ignora a verdade da Palavra de Deus estão de fato desprezando, no seu todo, o único alicerce da verdadeira adoração. Isto porque a adoração que realmente vale tem que consistir em atitudes e atos que reverenciem e honrem a majestade do único Deus do universo.

Foi isso que fez Maria, quando proclamou: “A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador, porque contemplou na humildade da sua serva. Pois, desde agora, todas as gerações me considerarão bem-aventurada, porque o Poderoso me fez grandes coisas. Santo é o seu nome!” (Lucas 1.39-55).

Sendo assim, a adoração concentra-se em Deus, e não em falsos deuses; em Deus, e não no ser humano ou em qualquer imagem de escultura, quer de anjos ou de santos. Só Deus merece ser adorado, ninguém mais.

A Bíblia Sagrada ensina que qualquer adoração que não seja centrada em Deus é falsa e ineficaz. Faça como Maria; faça como os jovens hebreus; faça como Pedro, Paulo e Barnabé; faça como o próprio Jesus: adore somente a Deus! Essa é a única adoração que realmente vale.

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